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Misteriosas Vozes da Bulgária em Palmela

Foi na noite do passado Domingo, dia 31 de Outubro, e pelos vistos também noite de bruxas, que as misteriosas vozes búlgaras vieram actuar no Teatro de S.João, em Palmela. O preço do espectáculo era um pouco caro (de 14 a 18 euros), mas no final mostrou-se compensador. Já conhecia as Misteriosas Vozes da Bulgária desde 1996 ou 1997 e ficaram logo a fazer parte dos meus sons preferidos, mas nunca tinha tido a oportunidade de assistir a um concerto ao vivo, oportunidade essa que tive no passado Domingo. Na tradição da Bulgária este característico canto coral teria tido origem nas Musas gregas e, diga-se de passagem, não me admiraria nada se assim tivesse sido. É impressionante como o povo consegue desenvolver formas musicais tão complexas e encantadoras. A polifonia, se assim lhe pudermos chamar, popular das vozes búlgaras não fica nada atrás da música coral dos grandes compositores, na minha opinião até fica à frente em vários aspectos. Uma música sem artifícios, vinda do mais profundo do ser e do mais profundo dos tempos, tocando-nos e emocionando como poucas coisas o podem fazer. Uma música que também é um grito, um grito que retracta as emoções e vidas de um povo como tantos outros. Ao ouvir as influências orientais nesta música do mundo, perguntei-me a mim mesmo se faria sentido as xenofobias entre povos. Faria sentido o nosso medo do mundo árabe e vice-versa? Creio que não, pois não existem povos ou civilizações puras, somos todos parte de uma mesma humanidade composta por diferentes nuances. Não costumamos nós, portugueses e espanhóis, bradar a Alá, quando utilizamos a expressão “oxalá”, que não tem outro sinónimo senão “queira Deus”?... Acredito que a música seja mágica. Afinal se sempre nos acompanhou desde o início dos tempos, deve ter sido por algum motivo. De facto é impressionante como o ser humano consegue fazer o mais horrível do horrível e. Ao mesmo tempo, o mais belo do belo... O Bin Laden e Bush só precisavam de ouvir e apreender estas misteriosas vozes de musas e logo compreenderiam o quão estúpidos são por acreditarem que Deus, a existir, seja igual a eles...

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